Na versão ‘Fiel’, Lucas 17.6 versa assim: “E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.” Seja qual for o motivo, não me lembro de ter ouvido ou lido qualquer outra interpretação para isto a não ser o tamanho da fé (idem para Mateus 17.20). Aliás, a NVI traz explicitamente, “fé do tamanho de uma semente de mostarda”. Mas essa interpretação sempre me deixou um pouco ‘por conta’: poxa, certamente minha fé era maior que uma semente, mas nunca consegui fazer com que uma árvore ou um monte me obedecesse! Mas atentando para o Texto outra vez, poderia ser outro o sentido pretendido de “como um grão de mostarda”? Poderia o verbo ‘ter’ estar implícito? E então, que tipo de ‘fé’ poderia um grão de mostarda ter? Embora tão pequeno, ele reage sem questionamentos às circunstâncias climáticas, e cresce até alcançar proporções impressionantes. Se nós reagíssemos de forma semelhante, sem questionamentos, aos impulsos do Espírito Santo, as nossas ‘circunstâncias
climáticas’ espirituais, deveria ser possível remover monte, literalmente.
Ou, para colocar de outra maneira, uma semente tem a fé para morrer, como o Senhor Jesus explicou em João 12.24: “se um grão de trigo, caindo na terra, não morrer, permanece só; mas se morrer, ele produz muito fruto”. Uma vez no solo húmido, se a semente não germinar, apodrece, e se perde; mas o processo de germinação destrói a semente, ela ‘morre’. Em 1 Coríntios 15.31, Paulo disse que ele morria diariamente. Mas como assim?
Obviamente ele não morria fisicamente; ele morria para si próprio, para suas próprias ideias e ambições, para abraçar a vontade de Deus. Morrer para si é um pré-requisito para remover montes, porque então só iremos intentar o que vemos que o Pai está fazendo (João 5.19).